‘I’ll find an answer that’s good enough for them,’ he said to himself, as he slipped the letter into his post-box.{246} THE FERRY-BOAT. THE FERRY-BOAT. "Why, I thought it was on a hill, or something of the sort; I had no reason to think so, of course, but I had formed that picture of it." The Clockwork man shook his head. "We have houses, but they are not full of things like yours are, and we don't live in them. They are simply places where we go when we take ourselves to pieces or overhaul ourselves. They are—" his mouth opened very wide, "the nearest approach to fixed objects that we have, and we regard them as jumping-off places for successive excursions into various dimensions. Streets are of course unnecessary, since the only object of a street is to lead from one place to another, and we do that sort of thing in other ways. Again, our houses are[Pg 146] not placed together in the absurd fashion of yours. They are anywhere and everywhere, and nowhere and nowhen. For instance, I live in the day before yesterday and my friend in the day after to-morrow." This principle is somewhat obscure, and the nature of percussive forces not generally considered—a matter which may be illustrated by considering the action of a simple hand-hammer. Few [103] people, in witnessing the use of a hammer, or in using one themselves, ever think of it as an engine giving out tons of force, concentrating and applying power by functions which, if performed by other mechanism, would involve trains of gearing, levers, or screws; and that such mechanism, if employed instead of a hammer, must lack that important function of applying force in any direction as the will and hands may direct. A simple hand-hammer is in the abstract one of the most intricate of mechanical agents—that is, its action is more difficult to analyse than that of many complex machines involving trains of mechanism; yet our familiarity with hammers causes this fact to be overlooked, and the hammer has even been denied a place among those mechanical contrivances to which there has been applied the name of "mechanical powers." ‘When anyone prefers beauty to virtue, what is this but the real and utter dishonour of the soul? For such a preference implies that the body is more honourable than the soul; and this is false, for there is nothing of earthly birth which is more honourable than the heavenly, and he who thinks otherwise of the soul has no idea how greatly he undervalues this wonderful possession.’47 Monday, 3rd hour That is the truth. We left the caravan far behind. In the gorge with its rosy-pink soil the silence was exquisite, the air had the freshness of a mountain height, and quite inexplicably amid these barren rocks, where there was not a sign of vegetation, there was a scent of honey and almonds. Life went on very much the same at the post when there was only the infantry left in possession. As there was nothing to do at any time, there was nothing the less for that. On the principle that loneliness is greatest in a crowd, Stanton was more isolated now[Pg 183] than Grant had been in the days when there had been no railroad west of Kansas. The railroad was through the southwest now, but it was a hundred miles away. It was unsafe to ride outside the reservation, there was no one for hops, the only excitement was the daily addition to the list of slaughtered settlers. Felipa spent most of her time with the Ellton baby. Miss McLane had been married to Landor's second lieutenant for a year and a half, and they were very happy. But Felipa in the knowledge of the strength of her own love, which gained new might each time that she wrestled with it and threw it back upon the solid ground of duty, found their affection decidedly insipid. Like the majority of marital attachments, it had no especial dignity. It was neither the steadfast friendship she felt for her husband, nor the absolute devotion she would have given Cairness. Si strode over to the group, snatched the bat from Harry's hand, spanked him with it, and started for the others of the group. HoME日本1级:A片 ENTER NUMBET 0018congfresh.com.cnUm Estado de Bem Estar para Elefantes?
Estudo de Caso de Gest?o Compassiva
INTRODU??O
Jainismo High-Tech?
Em poucas décadas, o crescimento exponencial do poder dos computadores vai garantir que cada metro cúbico do planeta seja computacionalmente acessível a monitoramento remoto, microgerenciamento e controle. Subordinado à biotecnologia e à nanorobótica, esse crescimento das capacidades de vigil?ncia e controle apresenta enormes riscos e enormes oportunidades. Num cenário distópico, essas tecnologias contribuem para combates armados avan?ados, ou poderiam ser usadas para sustentar uma ditadura orwelliana. Alternativamente, essas tecnologias poderiam proporcionar a gest?o compassiva de todo o mundo vivo.O Jainismo High-Tech do tipo necessário para proteger os interesses dos pequenos mamíferos, sem mencionar o bem-estar dos vertebrados marinhos e (finalmente) membros de outros filos, ainda está décadas distante. A revolu??o da CRISPR na edi??o gen?mica tem apenas uns poucos anos. A nanotecnologia, e em particular a nanorobótica, ainda está em sua inf?ncia. Os obstáculos para um mundo sem crueldade n?o s?o meramente técnicos. Mesmo quando as tecnologias de interven??o se tornarem baratas e prontamente disponíveis, o viés do status quo presente nos seres humanos pode postergar indefinidamente a implementa??o de uma biologia compassiva. A ideologia da biologia da conserva??o está profundamente enraizada. Assim, interven??es germinativas ambiciosas para “reprogramar” espécies tradicionais de predadores, orquestrar a regula??o da fertilidade de todas as espécies, e garantir o bem-estar de toda a senciência provavelmente n?o est?o no horizonte por um século ou mais. Contudo, esse tipo de escala temporal n?o significa que discuss?es sobre interven??o/gest?o ética sejam apenas uma filosofia inútil. Pelo contrário, algumas formas de gest?o compassiva s?o tecnicamente viáveis agora mesmo. Muitos dos piores casos, e mais urgentes moralmente, de sofrimento de animais selvagens s?o os mais acessíveis à interven??o; e também os menos custosos de remediar.
Por que Elefantes?
Iniciar nossa gest?o compassiva do mundo vivo com elefantes livres pode parecer uma escolha arbitrária de espécie. Por que escolher elefantes para um estudo de viabilidade? Mas de um ponto de vista ético, elefantes s?o um candidato primordial. Com um cérebro pesando pouco mais de cinco quilogramas, o elefante africano tem o maior cérebro entre os vertebrados terrestres. De acordo com algumas suposi??es bastante modestas, elefantes est?o entre os animais n?o-humanos mais sencientes. Todas as tecnologias necessárias para um programa abrangente de assistência médica para elefantes est?o disponíveis, em princípio, se ainda n?o na prática. Nada especulativo ou mesmo especialmente futurista na forma de alta tecnologia precisa ser invocado para dispor das funda??es de um estado de bem-estar para elefantes, apesar das ferramentas de software para monitoramento remoto e tele-diagnóstico eficientes precisarem de maior desenvolvimento. Reconhecidamente, elefantes livres oferecem um exemplo comparativamente “fácil” de assistência compassiva a uma espécie. Elefantes s?o grandes, longevos, carismáticos e herbívoros. Nenhum interesse aparentemente inconciliável está envolvido (por exemplo, le?es versus zebras) em proteger seus interesses porque elefantes maduros tipicamente n?o têm nenhum predador natural além do Homo sapiens. O fator limitante do tamanho da popula??o na ausência de preda??o humana ou regula??o artificial de fertilidade é a subnutri??o.A exce??o mais gritante a essa generaliza??o é o terrível caso dos le?es em Savuti. A morte oportunista de elefantes jovens, doentes ou gravemente feridos por outros predadores, notavelmente hienas, realmente acontece; mas tal morte é relativamente pouco comum. ? o tipo de horror que a gest?o compassiva da Natureza poderia prevenir.
Os Elefantes Auxiliados S?o Realmente Livres??
Tal como acontece com humanos, “livre” n?o é sin?nimo de “selvagem”. Críticos de qualquer projeto de prote??o ao bem-estar de elefantes podem afirmar que os beneficiários da assistência médica, ajuda alimentar e socorro de emergência n?o ser?o verdadeiramente livres. Esse n?o é o lugar apropriado para explorar a metafísica da liberdade, nem para entrar no debate político e humano sobre esquerda e direita. Elefantes n?o s?o atores econ?micos; a express?o “estado de bem-estar” pode disparar alarmes libertários, mas nesse contexto é politicamente neutra. Se executadas inteligentemente, interven??es de crise em tempos de seca n?o precisam dar origem a uma “cultura de dependência” nos elefantes; isso n?o equivale à hora de alimenta??o no zoológico. Críticos sem dúvida alegar?o que elefantes assistidos ou salvos do perigo por humanos n?o s?o mais “selvagens” ou “naturais” verdadeiramente. Mas humanos que usam roupas ou tomam medicamentos n?o s?o assim menos humanos ou de alguma forma rebaixados quando comparados aos “selvagens” da mesma espécie. O mesmo se aplica a elefantes.Alguns defensores dos animais alegam que o uso da imunocontracep??o em parques de vida silvestre superpovoados viola o direito presumido dos animais n?o-humanos à liberdade de procria??o. O monitoramento íntimo ou remoto como sondado aqui viola o suposto direito dos animais n?o-humanos à privacidade. Mas preocupa??es com invas?es de privacidade, em particular, s?o uma proje??o antropomórfica injustificada de nossa parte. A alternativa ao controle de fertilidade é assistir um filhote morrer lentamente de fome num habitat degradado, ou a prática brutal do “abate” (i.e. o massacre de famílias inteiras de elefantes) para prevenir a degrada??o ecológica.
A perda de um filhote ou de uma crian?a, ou de uma matriarca ou de uma m?e, é traumática para elefantes e humanos igualmente.
Custos da Interven??o.
Qual seria o custo financeiro, com os pre?os atuais, da assistência médica do ber?o ao túmulo e da provis?o de bem-estar para toda a popula??o de elefantes africanos livres? A popula??o atual de elefantes no continente africano atualmente é em torno de 500.000. A taxonomia dos elefantes está atualmente em desenvolvimento; mas o número de meio milh?o inclui o que é comumente conhecido como elefante-da-savana, Loxodonta africana, e a espécie de elefante-da-floresta, Loxodonta cyclotis. Um custo anual entre dois e três bilh?es de dólares parece plausível. A maioria dos mesmos desafios e possibilidades surgem para assegurar o bem-estar do elefante-asiático, Elephas maximus. ? estimado que 40,000 elefantes-asiáticos restam na natureza. Assim, o tipo de programa esbo?ado abaixo poderia ser implementado no sudeste asiático por uma fra??o do pre?o.A maioria dos custos da assistência médica a humanos acontecem nos últimos seis meses, e frequentemente nas últimas seis semanas, de vida. No caso dos elefantes, nós simplesmente n?o sabemos os limites superiores da expectativa de vida, se houver uma denti??o adequada na idade avan?ada. Assumindo um tratamento ortod?ntico eficaz, esse desafio em particular, i.e. gerenciar as enfermidades relacionadas com a idade em elefantes livres idosos, estará (presumivelmente) décadas além do início de um servi?o de assistência ortod?ntica. Após receber chips de monitoramento, ser vacinada e (quando necessário) provida com imunocontracep??o, a maioria dos elefantes livres poderia ser monitorada remotamente, mas, com exce??o disso, deixada amplamente em paz – exceto nos anos de seca e fome severas, quando interven??es custosas de crise ser?o necessárias. Para prosperarem, elefantes livres precisam de um habitat que ofere?a água fresca, vegeta??o abundante para pastagem; e alguma sombra disponível. Um elefante-da-savana africano adulto ingere tipicamente mais de 200 quilogramas de matéria vegetal diariamente. O equivalente para elefantes em situa??o de emergência das Ra??es humanitárias diárias (HDRs) será bastante volumoso. Quando necessário, o custo de fornecer vacinas, suplementos vitamínicos e minerais, analgésicos, anti-inflamatórios, parasiticidas, sedativos e anestésicos, antibióticos, antifúngicos e antivírus, desinfetantes e agentes de limpeza adicionais n?o será desprezível; mas as subst?ncias relevantes s?o quase todas sem patente. Custos de treinamento e m?o-de-obra para equipes auxiliares de assistência na ?frica subsaariana s?o comparativamente baixos; e provavelmente permanecer?o assim no futuro próximo. Uma colabora??o estreita, politicamente sensível, com as popula??es humanas locais será vital para o sucesso do projeto a longo prazo. O trabalho na assistência médica a elefantes poderia fornecer empregos valiosos. Algumas formas de perícia poderiam ser feitas só por veterinários especialistas. Um servi?o de ambul?ncia aérea incorreria em custos de transporte significativos.
Imunocontracep??o.
A ca?a por marfim e a destrui??o de habitats reduziram dramaticamente as popula??es de elefantes desprotegidos ao longo dos últimos duzentos anos. Entretanto, em condi??es favoráveis as popula??es de elefantes podem crescer de quatro a cinco por cento ao ano. Inevitavelmente, tal crescimento é insustentável ecologicamente. A longo prazo, os humanos ter?o que escolher a área global e o perfil demográfico das popula??es de elefantes em nossos parques de vida silvestre, ou, caso contrário, deixar a Natureza (i.e. mortes relacionadas à fome e à subnutri??o) seguir seu curso. As vítimas de desastres “naturais” climáticos ser?o principalmente os jovens, os doentes e os idosos. Tal como com os humanos de amanh?, avan?os em genética comportamental e em tecnologias reprodutivas permitir?o em breve o uso do diagnóstico genético pré-implantacional para decidir tudo, dos limiares da dor (cf. alelos variantes de modula??o da dor do gene SCN9A) à suscetibilidade à depress?o (cf. o papel do gene COMT e do gene transportador de serotonina, 5-HTTLPR), e às variáveis de personalidade. Ou os responsáveis políticos podem optar por perpetuar a tradicional roleta genética da reprodu??o sexual. Mais uma vez, decis?es políticas e éticas ser?o inevitáveis.Assistência Neonatal.
O fornecimento de assistência perinatal a elefantes é possivelmente caro. Imediatamente após o nascimento, o jovem filhote é mais vulnerável à preda??o por le?es, c?es de ca?a e hienas. O primeiro ano de vida de um filhote de elefante é o mais perigoso. As taxas de mortalidade variam de menos de 10% a mais de 30%. A mortalidade de filhotes é passível de aumentar quando a área é restrita e os habitats mudam, de maneira que as oportunidades para pastar e a sombra do meio-dia se tornam menos disponíveis. As causas da morte de filhotes incluem n?o só a preda??o, mas também doen?as, acidentes, seca, inani??o, deficiências nutricionais, stress, stress térmico, afogamento, aprisionamento em buracos com lama, mordidas de cobra e má forma??o congênita. Na presen?a de possíveis predadores, a m?e do filhote o defenderá vigorosamente. Infelizmente, o filhote pode nem sempre ser capaz de permanecer na posi??o segura em baixo do abd?men da m?e. Além disso, o filhote ainda será vulnerável a predadores por mais alguns anos. Depois de cerca de seis meses, o jovem come?a a ir para mais longe de sua m?e. Se possíveis predadores estiverem perto, ele estará em risco de ser deixado para trás se a manada for perturbada ou debandar.Elefantes tipicamente d?o à luz a um filhote. Menos de um por cento dos nascimentos envolve gêmeos: um e com frequência ambos os filhotes normalmente morrem semanas ou meses após o nascimento. Interven??es aqui ser?o necessárias para assegurar um desfecho favorável.
Elefantes órf?os precisar?o de prote??o especial. Um filhote normalmente mama até pelo menos dois anos de idade. Sem ajuda, elefantes órf?os com menos de dois ou três anos raramente sobrevivem na natureza. Em uns poucos países, a infraestrutura básica de orfanatos para elefantes já está em vigor; tais servi?os de resgate e reabilita??o só necessitam de expans?o, sistematiza??o e financiamento adequado. Após o desmame, as taxas anuais de mortalidade dos elefantes s?o de talvez cinco ou seis por cento até a idade de cerca de 50 anos. As taxas de mortalidade crescem bruscamente na sexta década.
Ferimentos.
Os elefantes normalmente s?o robustos e pacíficos. Entretanto, lutas ocorrem, particularmente entre elefantes machos disputando acesso a uma fêmea no cio. ?s vezes, um ou ambos os adversários podem ser seriamente feridos nessas lutas agressivas. Fraturas precisar?o ser tratadas por especialistas em ortopedia de elefantes.Preven??o e Tratamento de Doen?as.
Assim como humanos, elefantes s?o suscetíveis à infec??o por tuberculose, uma doen?a tratável causada por uma bactéria que afeta especialmente os pulm?es. Doen?as transmitidas por mosquitos também s?o um risco. O antraz pode ser contraído por água ou solo contaminados. Algumas enfermidades s?o específicas de elefantes, notavelmente a paralisia do tronco e a varíola de elefantes, mas outras afli??es s?o comuns a humanos e elefantes igualmente, desde cólica intestinal e pris?o de ventre até pneumonia. Elefantes podem até contrair resfriado, embora essa condi??o seja autolimitada. Elefantes doentes frequentemente tentam se automedicar, tratando doen?as digestivas através do jejum ou do consumo de cascas, ervas amargas ou terra alcalina. Esses autotratamentos limitados podem ser complementados pelos conhecimentos humanos em medicina científica.Ortodontia.
Após a preda??o humana, a maior fonte de morbidez e mortalidade de elefantes maduros é a nutri??o inadequada. Os elefantes substituem seus dentes múltiplas vezes. O quinto conjunto de dentes de mastiga??o (molares) dura até a idade de cerca de quarenta anos. O sexto – e normalmente o último – conjunto precisa durar até o resto da vida do elefante. Elefantes envelhecidos podem vagar em busca de áreas pantanosas com fontes de alimentos mais macios. Quando o último conjunto de molares se desgasta pouco antes dos sessenta anos, o elefante n?o é mais capaz de mastigar os alimentos adequadamente. Ele morrerá pelos efeitos da subnutri??o ou da inani??o. Elefantes livres normalmente n?o vivem muito mais que sessenta anos. As mortes de elefantes idosos geralmente ocorrem durante a esta??o seca. Isso acontece porque a comida seca n?o pode ser cortada eficazmente pela superfície lisa restante dos sextos molares desgastados.O elefante enfraquecido e magro irá finalmente sucumbir. Indefeso, ele pode ser comido vivo por predadores ou animais carniceiros. A ortodontia geriátrica para prevenir esse destino será mais custosa que a imunocontracep??o ou o rastreamento por GPS de rotina. Mas os tipos de materiais usados para “dentes falsos” poderiam durar décadas sem necessidade de substitui??o.
Seca.
Durante secas severas, a constru??o e manuten??o de po?os artificiais ser?o necessárias para prevenir tragédias. Entretanto, durante uma seca as mortes s?o normalmente por inani??o ou subnutri??o em vez de sede. Isso ocorre porque os elefantes relutam em deixar fontes de água conhecidas para encontrar comida. As mortes também podem estar relacionadas a stress térmico. Entretanto, a reuni?o de manadas de elefantes subnutridos e desnutridos nos po?os restantes fará o fornecimento de apoio nutricional de crise mais fácil e barato.Cuidado Psiquiátrico.
Como as pessoas, elefantes podem sofrer de mau humor, transtornos de ansiedade e depress?o. Os elefantes ficam tristes quando perdem um filhote ou um familiar próximo. Psicoses podem ocorrer, mas principalmente em consequência do cativeiro, raramente em seu habitat natural. Da mesma forma que em humanos, a incidência de depress?o endógena é menor quando os elefantes est?o vivendo em seu habitat natural em pequenos grupos familiares em vez de estarem sofrendo um confinamento solitário em cativeiro. O transtorno de stress pós-traumático poderia possivelmente ser tratado com betabloqueadores de baixo custo. Determinar a dosagem apropriada da droga em regimes de tratamento diferentes ainda depende de fórmulas do escalonamento metabólico. Tais procedimentos imperfeitos s?o usados porque comparativamente foram feitos poucos estudos farmacológicos para fornecer informa??es específicas a elefantes. Se uma disciplina ética de biologia compassiva substituir a doutrinária biologia da conserva??o, essa relativa falta de estudos pode ser remediada.Incertezas.
Por enquanto, proje??es financeiras sobre a assistência ampla a elefantes livres depender?o de cálculos estimativos em vez de uma metodologia rigorosa. Mas um valor anual de $2,5 bilh?es para assistência médica completa e prote??o para toda a popula??o de elefantes africanos livres pode vir a ser pessimista. Consultores financeiros só precisar?o ter em mente a possibilidade de excessos de custos e despesas inesperadas que tendem a atormentar qualquer iniciativa nova. A provável extens?o da corrup??o e da má administra??o, e o crescimento de uma “burocracia do bem-estar” num programa de assistência médica para elefantes também s?o difíceis de quantificar. Na prática, a grande maioria da popula??o de 500.000 elefantes na ?frica precisaria muito menos que os $5.000 per capita que esse cálculo concede. A implanta??o de neurochips, o sequenciamento do genoma individual, vacina??es, rastreamento por GPS e (quando adequada) a imunocontracep??o custariam no máximo umas poucas centenas de dólares. A implanta??o de chips para rastreamento, o sequenciamento do genoma individual e as vacina??es tipicamente seriam despesas pontuais em vez de uma parte regular do or?amento anual. O que é viável com despesas modestas para, por exemplo, todos os c?es “domésticos” do Reino Unido n?o é menos viável para elefantes livres. O uso dos chips poderia variar da simples identifica??o até o monitoramento remoto mais complexo do estado de saúde (por exemplo, monitoramento de cortisol. Níveis elevados de cortisol sugerem alto stress e portanto a necessidade de investiga??o e uma possível interven??o compassiva).Qual seria o prazo para a prote??o completa da popula??o de elefantes da ?frica? Talvez um ou dois anos – mas apenas se existisse um consenso internacional.
A Obje??o Especista.
Até o crítico mais compreensivo da biologia compassiva é suscetível a levantar uma obje??o aparentemente convincente. Centenas de milh?es de seres humanos ainda n?o desfrutam de uma adequada prote??o ao seu bem-estar. O custo anual estimado de dois ou três bilh?es de dólares de um programa para o bem-estar dos elefantes n?o poderia ser gasto mais proveitosamente promovendo, em vez disso, o bem-estar humano? A ?frica precisa de assistência para as pessoas, n?o de assistência para os elefantes.Qualquer que seja nossa resposta a essa obje??o, ela n?o deve ser turvada pelo arbitrário viés antropocêntrico, i.e., o especismo. ? importante ressaltar que o antiespecismo n?o é a afirma??o de que “Todos os Animais S?o Iguais” ou que todas as espécies têm valor equivalente, ou que o bem-estar de um humano – ou de um elefante – é t?o importante quanto o bem-estar de um mosquito. Em vez disso, é a afirma??o de que, em iguais circunst?ncias, todos animais, humanos e n?o-humanos, de senciência equivalente têm igual valor e merecem igual considera??o. Compara??es s?o desagradáveis; mas o antiespecista argumenta que eticamente o que importa na aloca??o de recursos n?o é o grupo étnico ou a espécie, mas sim a senciência. Assim, n?o há evidência de que o grau de senciência é ligado, por exemplo, às varia??es alélicas específicas do gene FOXP2 envolvidas na capacidade humana de sintaxe generativa. Estudos do cérebro humano com microeletrodos utilizando indivíduos despertos e verbalmente competentes confirmam que as formas de senciência mais intensas, especialmente nossas emo??es límbicas nucleares, s?o também as mais primitivas filogeneticamente, enquanto que a fenomenologia associada com essas capacidades cognitivas distintamente humanas, como matemática avan?ada ou sintaxe generativa, é também a mais sutil e rarefeita. A fenomenologia da gera??o de linguagem é pouco acessível à introspec??o. Evidências abundantes sugerem que elefantes s?o pelo menos t?o sencientes quanto crian?as humanas. Elefantes podem passar no “teste do espelho”, demonstrando deste modo a capacidade de autoconsciência reflexiva. O hipocampo de elefantes é comparativamente maior que o hipocampo de humanos, provavelmente uma fun??o da memória extraordinária dos elefantes. Elefantes s?o dotados de um neocortex imenso e altamente complicado que auxilia seus sistemas complexos de comunica??o tátil, visual, acústico e olfativo e também a capacidade de compreens?o empática. Elefantes mostram uma cogni??o social sofisticada. Mais polemicamente, seus sistemas límbicos comparativamente maiores sugerem que elefantes podem ser pelo menos t?o sencientes quanto humanos adultos, ainda que sem as proezas lógico-matemáticas e linguísticas que possibilitam ao Homo sapiens moderno dominar o planeta. De qualquer maneira, mesmo se, conservadora e cautelosamente, julgarmos que os elefantes n?o s?o mais sencientes que crian?as humanas pré-linguísticas, ainda temos um dever de proteger seus interesses. Pela mesma raz?o, o mundo abastado também tem um dever ético de “interferir” e ajudar crian?as vulneráveis em na??es em desenvolvimento. Examinar o tema da ajuda ao terceiro mundo aqui nos levaria longe demais.
Uma obje??o mais atraente à implementa??o de um programa de assistência aos elefantes é que nossa prioridade ética primordial deveria ser acabar com o sofrimento e morte pelos quais humanos s?o diretamente responsáveis. A pecuária intensiva é atualmente a maior fonte de sofrimento severo e prontamente evitável no mundo. Hannah Arendt abordou notoriamente a “banalidade do mal”. A maioria dos humanos s?o cúmplices ou est?o financeiramente envolvidos com o holocausto dos animais n?o-humanos. Apesar de um porco, por exemplo, ter senciência comparável a de uma crian?a pré-linguística, os humanos habitualmente fazem coisas aos porcos criados na pecuária que ganhariam uma pena de pris?o perpétua se as vítimas fossem humanas. O desenvolvimento e comercializa??o da carne in vitro promete o veganismo/invitrotarianismo global até o final do século. Enquanto isso, bilh?es de seres sencientes ser?o abusados e mortos para satisfazer nosso gosto por seus corpos.
CONCLUS?O
O Maior Obstáculo.
Bem ou mal, os humanos ou nossos descendentes ser?o responsáveis pela vida na Terra no futuro por um tempo indeterminado. Apesar dos desafios técnicos inicialmente assustadores, o maior obstáculo para a gest?o compassiva da popula??o mundial de animais n?o-humanos livres n?o é técnico ou mesmo financeiro, mas sim ideológico. A maioria das pessoas é propensa ao viés do status quo. Esse viés inato é normalmente justificado por alguma vers?o do apelo à Natureza, algumas vezes (mal) caracterizado como “falácia naturalista”. O que é natural é bom. A irracionalidade do apelo à Natureza é ilustrada por um simples exercício de pensamento. Imagine, fantasiosamente, se a inani??o, as doen?as, o parasitismo, a eviscera??o, a asfixia e a experiência de ser comido vido n?o fossem endêmicas do mundo vivo – ou se essas misérias já tivessem sido abolidas e substituídas por um paraíso na terra. Alguém iria propor que há um motivo ético para (re)introduzi-los? Até mesmo propor tal exercício de pensamento pode parecer um tanto ridículo. Entretanto, nosso bioconservacionismo n?o é completamente consistente. Se apresentadas com um exemplo específico de sofrimento terrível, por exemplo, um filhote de elefante e sua m?e presos em um buraco com lama, a maioria das pessoas argumenta que devemos intervir em vez de permitir que o horror suceda “naturalmente”. A benevolência humana é tipicamente fraca, errática e sentimental em vez de organizada, e frequentemente é insignificante, mas ainda real. Ao focar inicialmente em exemplos horríveis concretos, um consenso amplo sobre o princípio da interven??o compassiva possivelmente pode ser estabelecido, embora, é claro, n?o sobre se a interven??o deve ser fragmentada ou sistemática – ou como ela deve ser consolidada. Desencadear apoio para “resgates” de animais ad hoc é o ponto crítico que defensores da gest?o compassiva da Natureza precisam para levar sua situa??o adiante. Uma vez que aceitemos que a interven??o para prevenir o sofrimento em animais n?o-humanos livres é às vezes eticamente justificada, e às vezes até mesmo eticamente obrigatória, surge ent?o um pergunta franca. O sofrimento de animais livres importa só quando humanos o percebem? Que princípio(s) deveria(m) governar nossas interven??es? Se podemos garantir o bem-estar de elefantes, deveríamos ter como objetivo, enfim, estender nossa gest?o compassiva ao resto do mundo vivo?
David Pearce (2012)
(última atualiza??o em 2015)
with warm thanks to translator Ricardo Torres (DP)
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